A visita à Argentina incluiu a assinatura de um acordo com a maior universidade do continente
Para alguém que ainda não esteve na América do Sul, pode ser surpreendente saber que leva mais de 6 horas para chegar a Buenos Aires, na Argentina, partindo de Medellín, na Colômbia. O longo voo marcou o início da segunda etapa da missão do Centro Brasileiro, que se mostrou tão recompensadora quanto a primeira.
Se uma analogia culinária for permitida, a visita começou com um aperitivo intrigante: um encontro com representantes da Embaixada da Alemanha em Buenos Aires. Durante o almoço, Matthias Trager e Victoria Ehret ofereceram uma visão geral sobre o atual cenário argentino, com ênfase, é claro, na política científica. Os desafios do país são bem conhecidos, mas certamente existem possibilidades de colaboração: há um entendimento de que a colaboração científica internacional é uma questão estratégica e, portanto, deve ser mantida por instituições de pesquisa e financiamento. Além disso, a tradição de ensino de alta qualidade e excelência científica permanece, com a sociedade apoiando fortemente a academia argentina.
O país também é um parceiro de longa data da Alemanha, e as relações acadêmicas existem também há muitas décadas. Um bom exemplo disso é a existência do Centro Universitário Alemão-Argentino (DAHZ/CUAA), uma iniciativa bilateral sediada pelo DAAD na Alemanha e pelo Ministério da Educação da Argentina. Hebe Leyendecker, a diretora argentina, encontrou-se com a delegação do Centro Brasileiro e compartilhou as muitas iniciativas bem-sucedidas entre universidades dos dois países, que incluem programas de mestrado e doutorado conjuntos em várias áreas do conhecimento, os quais recebem financiamento para a mobilidade de estudantes e professores.
Os encontros com as universidades locais apenas confirmaram os dados disponíveis anteriormente: existem vários contatos em andamento entre a Universidade de Münster e as universidades argentinas e, ao mesmo tempo, muito potencial para futuras cooperações. A delegação trouxe consigo uma lista de nomes não apenas de colaborações já existentes, mas também de acadêmicos de Münster que estão ansiosos para iniciar novas parcerias com pesquisadores argentinos, pois estão cientes da excelência local.
Foram realizadas três visitas no total: a primeira, à Universidade de Buenos Aires (UBA), a principal universidade argentina e a maior da América Latina, com um impressionante número de cinco laureados com o Nobel. O encontro ocorreu na Faculdade de Filosofia e Letras (Filo) e, na ocasião da visita, o Decano co-assinou o primeiro acordo entre a Universidade de Münster e sua faculdade na UBA. A parceria é muito celebrada pelo Departamento de História/Filosofia de Münster, em particular pela Prof. Dra. Sarah Albiez-Wieck, Professora de História da América Latina, que mantém contato que mantém contatos com esta instituição há algum tempo. Este acordo é um passo importante para o aprofundamento da colaboração entre as duas universidades, proporcionando uma estrutura institucional para atividades de intercâmbio. Além disso, o chefe do Escritório Central de Relações Internacionais da UBA demonstrou grande interesse em expandir a colaboração para toda a universidade, o que também é o objetivo do Centro Brasileiro, para que pesquisadores de outras faculdades da Universidade de Münster - incluindo as ciências naturais e exatas - possam ser apoiados em sua cooperação com cientistas da UBA.
A agenda também incluiu uma reunião na sede da Universidade Nacional de La Plata (UNLP), uma instituição com longa tradição de cooperação com parceiros alemães em muitos campos científicos. A atual chefe de assuntos internacionais, Graciela Humbert-Lan, é a ex-diretora do DAHZ, o que proporciona outro grau de proximidade. A reunião possibilitou uma troca de informações aprofundada e uma discussão frutífera sobre potenciais caminhos para a colaboração. Isso incluiu a preparação de projetos alinhados com as linhas de financiamento do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) ou Erasmus, bem como ideias inovadoras, como a formação de uma parceria triangular com universidades brasileiras, que também são parceiras da UM. A reunião também identificou áreas promissoras para pesquisa conjunta que podem ser exploradas, como desenvolvimento de baterias, sustentabilidade, geologia, arqueologia e educação entre a UNLP e a UM.
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Por fim, a delegação se dirigiu a Córdoba, onde foi fundada a universidade mais antiga do país: a Universidade Nacional de Córdoba (UNC). A reunião no Escritório Internacional contou com a presença de todos os parceiros de colaboração da Universidade de Münster que o Centro Brasileiro conseguiu identificar em sua pesquisa anterior. Cinco pesquisadores, de áreas que vão desde Ciências Farmacêuticas até Ciências Políticas, compartilharam suas experiências em e com Münster e também foram informados sobre oportunidades para manter seu engajamento com seus colegas. Por exemplo, oportunidades de financiamento como o Programa WIRE ou o projeto COFUND na Universidade de Münster podem ajudar a promover ainda mais Münster como destino para estadias de pesquisa na UNC e ampliar a colaboração para outras áreas. Na reunião, a discussão também abordou a possibilidade de fomentar doutorados em cotutela, bem como potenciais áreas de colaboração, como Administração e Humanidades.
A visita à Argentina confirma o que as atividades piloto do Centro Brasileiro nos últimos cinco anos já demonstraram: as universidades argentinas são boas parceiras para atividades conjuntas em pesquisa e intercâmbio em diversas áreas do conhecimento, incluindo no âmbito grandes iniciativas, como dupla titulação.