2ª edição do German-Brazilian EdTech Hackathon premia app que facilita aprendizagem de línguas de sinais
Entre os dias 25 e 27 de maio foi realizada a segunda edição do German-Brazilian EdTech Hackathon – Digital Education no Goethe-Institut em São Paulo. Aberto à pluralidade de participantes, o evento reuniu desenvolvedores, designers, programadores, estudantes, educadores, professores e gestores de políticas públicas de nove estados brasileiros, todos com o objetivo encontrar e propor soluções tecnológicas para os desafios atuais no ensino digital com auxílio de mentores de instituições alemãs e brasileiras. O hackathon foi idealizado e organizado pelo Centro Brasileiro e pela re:edu, spin-off do Instituto de Geoinformática da Universidade de Münster, em parceria com os escritórios regionais da Freie Universität Berlin e da Universidade Técnica de Munique, com apoio do Centro Alemão de Ciência e Inovação de São Paulo (DWIH-SP). Os 36 participantes foram selecionados entre mais de 200 inscritos de todas as regiões do Brasil, o que demonstra uma alta demanda e interesse em eventos nesse formato e ecoa o sucesso da primeira edição.
Logo no primeiro dia, os participantes tiveram a oportunidade de participar de workshops preparatórios oferecidos pelos mentores sobre diversos temas, como design, hardware e protótipos, user experience e desenvolvimento de aplicativos. Em seguida, foram formados sete grupos, cada um abordando um desafio de acordo com suas habilidades e interesses pessoais. Após três dias de intenso trabalho, um júri composto por representantes do DWIH-SP, do Goethe-Institut, do Instituto de Estudos Avançados da USP e da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo avaliou os pitches feitos por cada grupo com as soluções para seus desafios. O grande vencedor foi um projeto inovador de aplicativo, chamado SignLink, que permite o ensino de linguagem de sinais de diferentes países, em um ambiente colaborativo.
“Escolhemos o tema de ensino-aprendizado virtual de línguas de sinais, bem como a facilitação da mobilidade internacional para alunos surdos. O tema surgiu ao notarmos a falta de acessibilidade de materiais de línguas de sinais estrangeiras para estudantes internacionais. Por exemplo, para se aprender a língua de sinais alemã sendo um falante de Libras, é necessário compreender a língua alemã, evidenciando a falta de uma interface de aprendizado entre línguas de sinais”, diz Pedro Kenzo Muramatsu Carmo, estudante de ciências da computação na Universidade de São Paulo (USP) e um dos membros da equipe que criou o SignLink.
Surpresa
O grupo vencedor recebeu bolsas de estudo parciais do Goethe-Institut e um prêmio surpresa: um auxílio-viagem no valor de € 2.000, para auxiliar os custos de viagem para a Alemanha a fim de proporcionar encontros com representantes das agências de inovação e centros de startups das universidades organizadoras do evento, como o REACH, da Universidade de Münster, de modo que a equipe vencedora possa receber orientação e aprimorar seu projeto. “A mentoria dos representantes das três universidades de referência na Alemanha, a comida maravilhosa, as instalações do Goethe e a energia positiva da organização: tudo isso nos deu energia para entregar uma solução de EdTech, uma mistura de Alemanha e Brasil”, continua o estudante.
O segundo lugar ficou com a equipe HomeoPATH, que propôs a criação de conteúdo de “pílulas de conhecimento” para que passageiros de transporte público possam aprender algum conteúdo relevante sobre educação digital durante suas viagens.
“A ideia é tentar apresentar para este público pequenas doses de conhecimento, de forma a incluí-los no processo de pensamento computacional no dia a dia. O projeto ‘HomeoPATH’, que faz um trocadilho da palavra Homeopatia e caminho (path) teve o primeiro passo”, explica José Rodolfo Beluzo, doutorando na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP e um dos integrantes do grupo.
Já o terceiro lugar ficou com o T@TI – Talk About It, projeto que propôs uma plataforma multimídia para o combate e conscientização sobre bullying que acontece nas escolas.
A final do evento com a apresentação dos projetos e decisão do júri está disponível no YouTube.